
O desaparecimento de Amelia Earhart continua sendo um dos maiores mistérios da aviação mundial. Em 2 de julho de 1937, durante uma tentativa de dar a volta ao mundo, a renomada aviadora e seu navegador, Fred Noonan, desapareceram sem deixar rastros enquanto sobrevoavam o Oceano Pacífico. A bordo de seu Lockheed Electra 10E, Amelia Earhart decolou da cidade de Lae, na Nova Guiné, rumo à Ilha Howland, um pequeno atol no meio do Pacífico. No entanto, ela nunca chegou ao destino, e sua última comunicação foi recebida pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, indicando dificuldades em encontrar a ilha.
Após o sumiço, uma das maiores operações de busca da história foi realizada, envolvendo navios e aviões militares, mas nenhum vestígio da aeronave ou dos tripulantes foi encontrado. Desde então, diversas teorias surgiram para tentar explicar o que aconteceu naquele fatídico dia. Algumas hipóteses sugerem que o avião caiu no mar devido à falta de combustível, enquanto outras apontam para a possibilidade de Amelia e Noonan terem aterrissado em uma ilha remota e vivido por algum tempo antes de morrerem. Décadas depois, novas evidências e pesquisas mantêm viva a busca por respostas sobre o destino dessa mulher que desafiou os céus e entrou para a história.
Quem foi Amelia Earhart

Amelia Earhart foi uma das aviadoras mais famosas da história. Desde cedo, ela demonstrou um espírito aventureiro e uma grande determinação para conquistar seus objetivos. Durante a infância, ela explorava diferentes atividades e nunca se limitava às expectativas da época. Assim, sua paixão pela aviação surgiu quando ela teve a oportunidade de voar pela primeira vez. Naquele momento, decidiu que se tornaria piloto e faria história.
Ao iniciar suas aulas de pilotagem, Amelia Earhart mostrou talento e dedicação. Para pagar o treinamento, trabalhou em diferentes empregos e economizou dinheiro para comprar seu primeiro avião. Com esforço e disciplina, ela aprimorou suas habilidades e logo começou a bater recordes. Em 1922, tornou-se a primeira mulher a atingir 14.000 pés de altitude. Esse feito a colocou no radar da comunidade da aviação e abriu portas para novos desafios.
A carreira de Amelia Earhart avançou rapidamente. Em 1928, ela se tornou a primeira mulher a atravessar o Oceano Atlântico como passageira. Contudo, isso não foi suficiente para ela. Determinada a provar sua capacidade, em 1932, realizou o voo sozinha e consolidou seu nome na história. Durante sua trajetória, ela quebrou diversos recordes e inspirou mulheres a seguir carreiras na aviação.
Além de suas conquistas, Amelia Earhart defendia a igualdade de gênero. Como fundadora da organização “Ninety-Nines”, incentivou a participação feminina na aviação e trabalhou para garantir mais oportunidades para mulheres. Sua influência ultrapassou os limites da aviação e impactou diversas gerações. Por isso, seu nome continua vivo e sua história inspira pessoas até hoje.
Linha do tempo: Os Planos de Amelia Earhart para Dar a Volta ao Mundo

Amelia Earhart sempre buscou novos desafios e, por isso, planejou a maior façanha de sua carreira: dar a volta ao mundo em um avião. Embora outros pilotos já tivessem realizado esse feito, ela queria ser a primeira mulher a completar essa jornada seguindo a linha do Equador. Para alcançar esse objetivo, ela escolheu um Lockheed Electra 10E, uma aeronave moderna e equipada para longos voos. Assim, em 1937, Amelia iniciou sua preparação para a missão mais ambiciosa de sua vida.
Inicialmente, Amelia Earhart planejou partir da Califórnia e voar para o oeste. Contudo, problemas técnicos na aeronave forçaram uma mudança de estratégia. Em vez disso, ela decidiu seguir um novo trajeto, voando para o leste. Com a nova rota traçada, Amelia decolou de Oakland, Califórnia, em 20 de maio de 1937, ao lado do experiente navegador Fred Noonan. Durante as primeiras etapas da viagem, tudo ocorreu conforme o planejado. Ela atravessou a América do Sul, sobrevoou a África e cruzou a Índia, completando aproximadamente 35.000 km da jornada.
Com quase dois terços da viagem concluídos, Earhart e Fred Noonan chegaram a Lae, na Nova Guiné, em 29 de junho de 1937. A partir desse ponto, restavam apenas 11.000 km até o destino final. O próximo trecho da jornada seria um dos mais desafiadores, pois exigia um pouso preciso na Ilha Howland, um pequeno atol no meio do Oceano Pacífico. Cientes das dificuldades, Amelia e Noonan revisaram as coordenadas e se prepararam para enfrentar um dos voos mais arriscados da viagem.
Início da volta ao mundo

No dia 20 de maio de 1937, Amelia Earhart deu início à sua mais ambiciosa missão: dar a volta ao mundo seguindo a linha do Equador. A bordo do Lockheed Electra 10E, ela partiu de Oakland, Califórnia, acompanhada pelo navegador Fred Noonan. O plano original previa um trajeto pelo Pacífico primeiro, mas problemas mecânicos forçaram mudanças e a viagem foi reiniciada com um percurso pelo leste.
Amelia e Noonan seguiram rumo à América do Sul, onde fizeram paradas estratégicas para abastecimento. Depois de cruzar o Atlântico Sul, pousaram na África Ocidental e continuaram pelo continente africano até chegar ao Oriente Médio. Durante essa fase, Earhart demonstrou sua experiência como piloto, lidando com mudanças climáticas severas e dificuldades de navegação. Mesmo assim, ela continuou determinada a concluir a missão.
Ao longo do trajeto, Amelia Earhart manteve contato com jornalistas e enviava atualizações sobre seu progresso. Sua jornada era acompanhada pelo mundo todo, e sua coragem inspirava milhares de pessoas. No entanto, apesar do sucesso inicial, os desafios mais perigosos ainda estavam por vir. Cada novo trecho da viagem exigia precisão, planejamento e resistência. O voo prosseguiu até que Amelia e Noonan se aproximaram do maior desafio da missão: cruzar o Pacífico.
Leia Também: Quem Era o Povo Babilônico?
Amelia Earhart chega a Lae, Nova Guiné
Após mais de um mês de viagem, no dia 29 de junho de 1937, Amelia Earhart pousou em Lae, Nova Guiné, marcando um dos últimos pontos da expedição antes do trecho mais perigoso: a travessia do Oceano Pacífico. Neste momento, 75% da jornada já havia sido concluída, restando apenas 11.000 km até o destino final nos Estados Unidos.
Durante a estadia em Lae, Amelia e Fred Noonan realizaram checagens na aeronave e revisaram o plano de voo. Como estavam se aproximando de uma região remota e com poucas opções para pouso de emergência, era essencial garantir que tudo estivesse em perfeitas condições. A comunicação com a equipe em terra também se tornou mais complicada, já que as estações de rádio da época possuíam limitações significativas.
Mesmo enfrentando dificuldades, Earhart parecia confiante. Ela sabia que esse seria o trecho mais crítico, pois a Ilha Howland, o próximo destino, era um pequeno atol no meio do oceano. Qualquer erro na navegação poderia resultar em um desvio fatal. Para minimizar os riscos, Amelia e Noonan ajustaram coordenadas e fizeram os cálculos necessários para encontrar a ilha com precisão. Com o avião pronto e a missão chegando à fase final, Amelia Earhart e Fred Noonan se prepararam para a próxima decolagem.
Última decolagem rumo à Ilha Howland

No dia 2 de julho de 1937, Amelia Earhart e Fred Noonan decolaram de Lae, Nova Guiné, para um dos trechos mais perigosos da volta ao mundo. A missão agora era pousar na Ilha Howland, um pequeno atol no meio do Pacífico. Com 4.113 km de distância entre os dois pontos, a travessia exigiria cerca de 18 horas de voo ininterrupto, desafiando os limites de resistência dos tripulantes e da aeronave.
Antes da decolagem, relatos indicam que Amelia parecia cansada, o que poderia comprometer sua concentração durante o voo. Além disso, o rádio da aeronave não estava funcionando corretamente, dificultando a comunicação com a guarda costeira e as equipes de apoio. Mesmo assim, ela seguiu com o plano e partiu antes do amanhecer, enfrentando condições climáticas imprevisíveis.
À medida que a aeronave avançava sobre o oceano, a comunicação se tornava cada vez mais irregular. A estação da Guarda Costeira norte-americana em Howland tentou manter contato, mas as mensagens eram recebidas com interferências e pouca clareza. Fred Noonan, responsável pela navegação, precisava calcular a rota com extrema precisão, pois um pequeno erro poderia fazer com que perdessem a ilha de vista.
Com cada hora que passava, a tensão aumentava. A tripulação da Ilha Howland aguardava ansiosa a chegada do Lockheed Electra 10E, mas o avião nunca apareceu no local esperado.
Última comunicação com a Guarda Costeira
Pouco antes do desaparecimento, por volta das 7h42 da manhã (horário local), a última mensagem de Amelia Earhart foi captada pela Guarda Costeira norte-americana. A transmissão indicava que o avião estava com baixo nível de combustível e que ela não conseguia localizar a Ilha Howland. Sua voz parecia urgente e preocupada, sugerindo que a aeronave estava cada vez mais próxima de uma situação crítica.
Os operadores da estação tentaram responder, fornecendo instruções para ajudar na navegação. No entanto, Amelia Earhart parecia incapaz de ouvir as mensagens, provavelmente devido a um problema no receptor do rádio. Isso significava que ela e Fred Noonan estavam voando às cegas, sem orientação e sem saber se estavam na direção correta.
Minutos depois, a comunicação foi completamente interrompida. A Guarda Costeira continuou tentando contato por horas, mas nenhuma outra transmissão foi recebida. A essa altura, a aeronave provavelmente já estava sem combustível e à mercê do oceano.
Diante do silêncio total, uma das maiores operações de busca da história foi iniciada, envolvendo navios e aviões militares dos Estados Unidos. No entanto, apesar dos esforços, nenhum vestígio da aeronave foi encontrado.
Amelia Earhart desaparece sobre o Oceano Pacífico

Em 2 de julho de 1937, Amelia Earhart enfrentou o trecho mais arriscado de sua jornada. Durante as primeiras horas do voo, ela conseguiu se comunicar com a guarda costeira. No entanto, conforme avançava sobre o oceano, a recepção do rádio ficou cada vez mais instável. Apesar das tentativas de ajustar as coordenadas, ela relatou dificuldades para encontrar a Ilha Howland.
Pouco antes das 8h da manhã, Amelia transmitiu sua última mensagem. Ela afirmou que a aeronave estava com pouco combustível e que não conseguia avistar a ilha. Embora a guarda costeira tenha tentado fornecer instruções, Amelia não respondeu mais. Nesse momento, a tripulação percebeu a gravidade da situação. A partir desse instante, o silêncio tomou conta das transmissões e o Lockheed Electra 10E desapareceu sem deixar rastros.
A incerteza gerou pânico entre as equipes de apoio. Logo após o último contato, navios e aviões foram mobilizados para iniciar as buscas. No entanto, nenhuma pista da aeronave ou dos tripulantes surgiu. A partir daquele momento, o mundo inteiro passou a acompanhar a maior operação de resgate da história da aviação.
Fim das buscas oficiais
Apesar dos esforços intensos, a operação de resgate não obteve sucesso. Durante duas semanas, embarcações e aeronaves vasculharam uma vasta área do Oceano Pacífico. Mesmo utilizando equipamentos modernos para a época, as equipes não encontraram vestígios da aeronave.
Enquanto as buscas avançavam, teorias começaram a surgir. Algumas hipóteses indicavam que o avião poderia ter caído no mar e afundado rapidamente. Outras levantavam a possibilidade de um pouso forçado em uma ilha desabitada. Entretanto, sem provas concretas, os investigadores não conseguiram determinar o que realmente aconteceu.
No dia 18 de julho de 1937, o governo dos Estados Unidos decidiu encerrar oficialmente a operação de resgate. Embora a decisão tenha frustrado familiares e admiradores, as autoridades concluíram que não havia mais esperança de encontrar Amelia Earhart e Fred Noonan vivos.
Mesmo após o encerramento das buscas, o mistério continuou intrigando o mundo. Nos anos seguintes, diversas expedições tentaram localizar indícios do desaparecimento. Apesar disso, nenhuma evidência conclusiva surgiu por décadas.
Amelia Earhart? Descoberta de ossos em Nikumaroro

Três anos depois do desaparecimento de Amelia, uma equipe britânica encontrou restos mortais em uma ilha remota do Pacífico. Em 1940, pesquisadores que exploravam Nikumaroro, uma pequena ilha do arquipélago de Kiribati, descobriram ossos humanos próximos a destroços de um possível acampamento.
Junto aos ossos, a equipe identificou objetos que poderiam estar relacionados a Amelia. Entre os itens encontrados, havia um pedaço de couro que parecia pertencer a um sapato feminino e uma caixa metálica semelhante às usadas para armazenar equipamentos de navegação. Como os restos mortais estavam incompletos, os cientistas da época tentaram analisar as medidas ósseas para determinar sua origem.
Após a análise inicial, os pesquisadores concluíram que os ossos pertenciam a um homem. Por causa desse resultado, as investigações foram arquivadas e as evidências desapareceram. No entanto, décadas depois, novas pesquisas começaram a questionar essa conclusão.
Novas investigações sobre evidências na Ilha Nikumaroro
Após anos de incerteza, pesquisadores decidiram reexaminar o caso. Em 2009, especialistas em aviação e arqueologia retornaram a Nikumaroro para conduzir novas buscas. Durante a expedição, os investigadores localizaram vestígios que poderiam estar ligados a Amelia Earhart.
Entre os objetos encontrados, os cientistas identificaram fragmentos de um espelho, partes de um zíper e pedaços de vidro que se assemelhavam a janelas de aeronaves. Além disso, os pesquisadores encontraram ossos de animais consumidos por humanos, indicando que alguém pode ter tentado sobreviver na ilha.
Ao aprofundar a análise, os especialistas notaram que os itens descobertos eram compatíveis com os pertences que Amelia levava durante sua viagem. Diante disso, novas teorias sugeriram que ela e Fred Noonan poderiam ter sobrevivido por um tempo em Nikumaroro antes de morrerem sem resgate.
A expedição de 2009 reacendeu o interesse pelo caso e levou cientistas a realizarem novas pesquisas. Como resultado, os ossos encontrados em 1940 passaram por uma reavaliação utilizando métodos modernos de análise forense.
DNA e análise forense sugerem que ossos podem ser de Amelia
Em 2018, um estudo liderado por cientistas forenses utilizou um software de reconhecimento ósseo para comparar as medidas dos restos mortais com registros de Amelia Earhart.
Após a análise, os pesquisadores concluíram que as características ósseas apresentavam forte compatibilidade com o perfil físico da aviadora. Segundo os cientistas, havia uma alta probabilidade de que os ossos realmente pertencessem a Amelia.
Apesar dessa descoberta, o mistério ainda não foi completamente solucionado. Como os restos mortais originais desapareceram, não foi possível realizar testes de DNA. Mesmo assim, a pesquisa trouxe novas evidências que reforçaram a hipótese de que Amelia Earhart pode ter pousado em Nikumaroro e tentado sobreviver por algum tempo.
0 Comentários