
O Império Asteca começou a tomar forma no início do século XIV. No entanto, os astecas não eram originalmente um povo poderoso. Eles migraram de regiões desconhecidas até chegarem ao Vale do México, onde estabeleceram Tenochtitlán em 1325. Segundo suas tradições, os deuses indicaram o local perfeito para sua cidade ao avistarem uma águia pousada em um cacto devorando uma serpente. Essa visão se tornou o símbolo da civilização e, mais tarde, da bandeira do México.
Os astecas passaram décadas construindo sua capital em uma ilha no Lago Texcoco. Aos poucos, expandiram suas terras e começaram a dominar outros povos da região. Por volta de 1428, formaram a Tríplice Aliança com Texcoco e Tlacopan, tornando-se a civilização mais poderosa da Mesoamérica. Durante os anos seguintes, conquistaram cidades, coletaram tributos e transformaram Tenochtitlán em uma das metrópoles mais impressionantes do mundo.
O império atingiu seu auge no início do século XVI. Nesse período, governava milhões de pessoas e mantinha um sistema econômico sofisticado. No entanto, apesar de sua força, os astecas enfrentavam desafios constantes. Povos submetidos não aceitavam facilmente seu domínio, e a chegada dos espanhóis mudaria tudo rapidamente.
Como surgiu o mundo de acordo com os astecas?
Os astecas acreditavam que o mundo passou por diferentes eras antes da atual. Para eles, quatro grandes civilizações surgiram e desapareceram antes da criação do quinto mundo, o qual eles habitavam. Cada uma dessas eras foi destruída por catástrofes, como enchentes, ventos, fogo e jaguares gigantes.
Na última criação, os deuses se reuniram para decidir quem daria a própria vida para criar um novo sol. Nanahuatzin, um deus humilde e coberto de feridas, demonstrou coragem e se lançou ao fogo. O sacrifício permitiu que o sol nascesse e iluminasse o mundo. No entanto, os deuses perceberam que ele não se movia, o que exigiu novos sacrifícios para dar energia ao sol.
A partir dessa crença, os astecas desenvolveram seus rituais de sacrifícios humanos. Eles acreditavam que oferecer sangue aos deuses era essencial para manter o equilíbrio do cosmos. Sem esses rituais, o sol poderia parar de se mover e o mundo entraria em colapso. Dessa forma, religião, política e guerra se uniram em uma cultura onde batalhas eram travadas tanto para dominar territórios quanto para capturar prisioneiros destinados ao sacrifício.
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Qual língua os astecas falavam?
Os astecas falavam náuatle, uma língua que continua viva no México. No auge do império, o náuatle se tornou o idioma mais influente da Mesoamérica, sendo falado não apenas pelos astecas, mas também por povos aliados e dominados.
A estrutura do náuatle permitiu a formação de palavras extensas e complexas. Muitas dessas palavras sobreviveram e foram incorporadas ao espanhol e a outros idiomas. Termos como tomate, chocolate, abacate e coyote vêm diretamente do vocabulário asteca.
Os astecas também desenvolveram um sistema de escrita baseado em pictogramas e ideogramas. Em vez de um alfabeto fonético, eles usavam símbolos para representar ideias, nomes e números. Muitos desses registros foram preservados nos códices astecas, livros feitos de pele de animal ou fibras vegetais, onde sacerdotes e escribas registravam a história, a economia e os mitos do império.
Apesar do avanço cultural, os espanhóis destruíram a maioria dos códices depois da conquista. Eles viam a cultura asteca como pagã e tentaram apagar seus vestígios. Mesmo assim, algumas obras sobreviveram e continuam sendo estudadas para desvendar os segredos dessa civilização.
Que fim levou a civilização asteca?
O Império Asteca entrou em colapso com a chegada dos espanhóis. Em 1519, Hernán Cortés desembarcou no México com um pequeno exército e começou sua campanha de conquista. Ao longo do caminho, fez alianças com povos que viam os astecas como opressores. Esses aliados indígenas foram fundamentais para o avanço espanhol.
Inicialmente, o imperador Moctezuma II tentou negociar com Cortés. No entanto, os espanhóis sequestraram o imperador e iniciaram uma série de conflitos dentro da capital. Em 1520, Moctezuma morreu sob circunstâncias misteriosas. Os astecas então se revoltaram, expulsando os espanhóis da cidade.
Porém, a vitória foi temporária. Os espanhóis retornaram no ano seguinte com mais soldados e aliados indígenas. Durante meses, cercaram Tenochtitlán e cortaram seu suprimento de alimentos e água. Ao mesmo tempo, a varíola, trazida pelos europeus, dizimou a população asteca, deixando a cidade ainda mais vulnerável.
Em agosto de 1521, Tenochtitlán caiu e o Império Asteca chegou ao fim. Os espanhóis destruíram a cidade e construíram a Cidade do México sobre suas ruínas. O México moderno carrega a herança dos astecas em sua cultura, língua e tradições, provando que, mesmo após sua queda, essa civilização nunca foi realmente apagada.
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